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25 de out. de 2009

Meu sistema límbico

Devo ter passado tanto, mas tanto rímel e ainda não tirei direito com demaquilante, que sei lá, entupi minhas glândulas lacrimais ( Tipo, isso existe?).




Sinto uma vontade ENORME de chorar às vezes. De explodir.

E não cai UMA gota de lágrima. Será que eu não tenho mais um bom motivo para chorar? Será que aquela Érica hipersensível morreu para sempre? Que eu não sou mais humana? Porque é isso que eu sinto. Sou uma humanóide agora. Perdi a minha capacidade, a capacidade que eu acho mais humana de todas, chorar. Chorar é alívio, desabafo, é autoconhecimento. É emoção. A emoção saindo de dentro de você e percorrendo mundos além do seu.

Minhas emoções estão perdidas entre vários universos dentro de mim... mas que não me pertecem. Pelo menos alguns não mais. Eu era apenas uma visitante.



Estou posando de durona, de mui macho. Mas eu quero chorar que nem uma menininha que acabou de quebrar a cabeça da Barbie nova dela que custou 89 reais e ela ficou implorando pros pais comprarem por dois anos. Eu quero chorar desesperadamente, soluçar. Porque quando eu faço isso eu limpo todas as coisas ruins que to pensando e sentindo, eu me purifico de tudo, de mim mesma e desse mundo banal, podre e ridículo que estou presa com outros humanos e pseudo-humanos.



Eu penso tanto, tanto, e não paro NUNCA de pensar. E gritar, fazer terapia, spa, boxe, reiki, comer um quilo de chocolate não adianta. Eles, meus pensamentos, minhas ideias, minhas preocupações, minhas ilusões, minhas alucinações, minhas invenções vem todas ao mesmo tempo, transversal, vertical, horizontalmente. Colorido e branco e preto. Cafona e glamouroso, extremista e sereno. Imagina a praça de alimentação mais LOTADA que você conhece, multiplica por cinco: é assim que eu penso. Só que todas aquelas vozes falando ao mesmo tempo, se tornam uma coisa só, um uníssono, mas não, eu escuto cada fucking palavra detalhadamente. E por causa disso eu tenho dores de cabeça assassinas, ouço até meu sangue pulsar na minha testa, e só quero morrer... porque eu quero parar de pensar.



Se eu ficasse vazia, nua na minha mente, por um momento infimo, eu me sentiria MUITO melhor. Mas eu sinto a brisa, eu dou um suspiro e já me vem uma ideia de uma nova cena do meu livro, uma pauta jornalítica, uma preocupação política, uma distração e daí por diante. Tudo despejado ao mesmo tempo, vomitado no meu cérebro.



Ui, tá, legal ter mil inspirações e escrever nove livros, ao mesmo tempo, Érica. É, sim, não termino nenhum, porque tenho uma ideia neste, mas depois fico com bloqueio, e me inspiro no outro e bla bla bla.

E fica nisso, flutuando tudo na minha mente, fica tudo se realizando na minha imaginação: o término do meu livro, a publicação, a sessão de autógrafos, bla bla bla. E fica aí nisso, parado, estagnado. O surreal é irreal.



E aí, parece que vivo em mundos paralelos, num outro universo. É verdade.

Mas não que vivo. Eu não vivo. Não me sinto viva. Me sinto mais do que uma humanóide que não sabe mais chorar. Me sinto uma morta. Um fantasma vagando no que eu poderia fazer, no que eu poderia dizer, quem eu poderia amar, o que eu poderia ser.



E fico só pensando, cogitando no além. Não ajo. Não, não vivo. Só penso e não tenho emoções. Não amo, não digo, não faço, não sou.

Não estou presente e nem faço parte da realidade. E a minha realidade é inexistente.

Eu sou inexistente. E por isso não consigo chorar.

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