Dois anos sem cor
Após criações de leis que proibem outdoors a fretados, a realidade da cidade mostra que não é a solução
Você se lembra quando a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab para probir outdoors em São Paulo?
Quarenta e seis vereadores estavam presentes no plenário quando a votação ocorreu. O único que votou contra o projeto foi o vereador Dalton Silvano (PSDB).
Há dois anos, São Paulo foi "limpa" de outdoors e painéis luminosos. A distribuição de panfletos, a publicidade em táxis e a exposição de material publicitário em bicicletas, carroças e aviões também foram proibidas. Propagandas eleitorais continuam a ser permitidas de acordo com a lei federal, exceto em muros.
Um dos motivos para a criação da lei foram os 4.500 anúncios regulares na cidade contra os 15 mil irregulares. A arrecadação anual de impostos era de apenas R$ 3 milhões. O prefeito Kassab considerava uma receita baixa que podia se abrir mão para ter uma cidade mais bonita.
Uma economia precária de um país subdesenvolvido simplesmente "abriu mão" de R$ 3 milhões e aproximadamente 200 empresas e 20 mil empregos.
Após dois anos e meio da Lei, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab decidiu liberar propaganda em abrigos para pontos de ônibus e triplicar o número de relógios de rua.
A alternativa dos publicitários foi migrar para outras mídias como rádio, TV e jornais para anunciarem seus produtos. Hoje, até caixa de pizza virou espaço para propaganda.
Enquanto o prefeito se tranca em seu escritório em busca de inspirações de novas leis - além da lei seca, anti-fumo e a que restringe os fretados - a poluição atmosférica de São Paulo mata oito pessoas por dia, as enchentes causam em média 11 pontos de alagamento e vários desabrigados, o trânsito bate recorde a toda hora, a violência aumenta e leva vidas inocentes todos os dias.
Mas está tudo bem. A cidade está mais bonita. É isso que importa, não é?
Confira o especial sobre leis paulistas no site da Revista Pandora.
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