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4 de set. de 2008

Despedida

Havia chegado a hora. Ela não podia mais protelar.
Suas mãos tremiam, seus ossos tremiam dentro de seu corpo. Seus pensamentos tremiam. Ela, então, de um fôlego só, abriu a boca para movimentar seu destino.
A resposta alheia de sua decisão foi de uma surpresa triste. Era um pedaço de seu sentimento refletindo nos outros ao seu redor. Mas não tinha volta, estava decidido. Na verdade, pôs ela a se pensar, não era bem uma decisão. Era uma escolha. E como todas as outras suas escolhas, era uma escolha errada - disso ela estava convicta. Mas até agora ela não havia tido grandes problemas e arrependimentos com suas escolhas. Ela sentia que era estranho e sentia também junto a isso tudo e mais um pouco que suas escolhas totalmente erradas, tolas, absurdas estavam levando ela ao caminho certo.
Ela não podia mais prolongar as conversas, tinha que ir embora. Tinha que antes de ir embora, fazer a coisa mais dolorosa de um momento de partida: desperdir-se de quem gostava. Essa parte com certeza era a mais difícil, uma vez que ela se apegava muito aos outros. Ir embora era fácil, ela fazia isso com frequência quando fugia para o seu mundo e ficava séculos divertindo com sua solidão. Estava realmente acostumada a isso e não doía nem um pouco.
O que a machucava - e ela ainda tinha outras cicatrizes de outras partidas - era terminar um abraço, desviar o olhar sem não poder mais olhar de volta.
Tinha sempre que ter essa vida nômade até finalmente se encontrar. A cada lugar que deixava, deixava junto um pedaço seu. Temia não chegar a tempo onde deveria estar ou pior: assim que chegasse temia que houvesse muito espaço vago dentro dela preenchido com vazios insustentáveis. Temia não ter mais nada dela quando ela se encontrasse com ela mesma.

Minutos eternos e curtos se passaram. Todos a fitaram como se ela estivessem morrendo aos poucos e dolorosamente, mas uma dor muda e surda. Disse a todos que ainda se veriam. Ela mentiu e eles sabiam disso. Eles mentiram também ao concordar. Ela sabia também que eles haviam mentido.
E mentiras por mentiras, ilusões por ilusões, mais uma vez ela trocou de realidade.
Ela se virou pelo última vez, abriu a porta pela última vez, desceu aquela longa escada pela última vez, mas não olhou para trás pela última vez.
O som de seu suspiro se misturou ao vento, e novamente ela se junto a paisagem comum, imperceptível como todas as vezes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eri,







Eu chorei, eu sei quem é "ela".
(ela é uma das pessoas mais especiais que eu já conheci, ela é uma vencedora, uma heróina, uma pessoa que marcou a minha vida e ... não tenho certeza que ela sabe disso então, conta pra ela!)


Love. Kiss.

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