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29 de ago. de 2008

Livros

Eu tô com medo de mim.
Não pelo fato de definitivamente eu estar enlouquecendo ( mais - se ainda é possível), mas essa semana eu li 4 livros ( além dos que eu escrevo) - e isso que tecnicamente a semana ainda não acabou, falta sábado.
Terça, eu li um livro de 275 ou mais páginas em menos de seis horas, hoje li um inteiro também em aproximadamente 7 horas - não corridas - de exatamente 300 páginas.
Acho que o pior é eu estar me indentificando com os personagens como Raskalnikóv de Crime e Castigo do Dostoieviski, por causa da batalha entre ele e sua mente em contraste com seu eu físico - pelo menos é o que eu estou entendendo da história - que é um aprofudamente psicológico bem interessante. Ele pensa como eu, tem conceitos, teorias parecidos - ok, tirando que eu não matei duas velhinhas inocentes com machadadas no pescoço.
E não pretendo praticar nenhum ato fictício na realidade.
Apesar dela - a realidade - estar se mostrando muito parecida com os livros de uma maneira impressionante que é melhor eu guardar só para mim, senão realmente vou ser dada como louca e não vou mais conseguir um emprego de correspondente na BBC de Londres.
Não sei se isto me afasta do mundo real, sabe, eu estar absorta nos meus pensamentos e concentrada. No máximo, eu pareço uma esquistona, nerd, anti-social, que sempre está com um livro diferente por dia, de um tema diverso que vai de ficções, comédias, psicanálise e conceitos socialistas. Aliás, se todo mundo lesse A Ilha - um livro reportagem de Fernando Moarais - não ia ficar julgando tanto o Fidel. Ele pode ser considerado por milhares como ditador, mas ninguém foi capaz de fazer o que ele fez. E ninguém mais fará, já que é muito melhor ficar em frente do notebook, sentada na cama, comendo pizza de catupiry com H2OH, do que ter que se esconder no mato de madrugada dos soldados do governo enquanto você conspira a favor de uma revolução.
Ok, talvez pareça ser intelectual ler sobre o socialismo, utopias, a dinastia Turdor (aliás, a Ana Bolena é uma vaca), psicanálise e tal, mas comprar 12 livros pela internet é totalmente fútil, consumista e capitalista.
E droga, eu nunca vou ser uma pessoa erudita. Por mais que eu leia Nietszche e discuta Platão (comigo mesma, afinal, ninguém liga para ele, coitado) e goste de música clássica e não leia best-sellers estilo O Caçador de Pipas ( pode ser excelente, mas virou modinha). E me irrita sair por aí, com o mesmo livro que alguém. Prefiro viver no meu mundo sozinha mesmo.
E ficar discutindo com a minha alma e a minha mente, qual a melhor teoria para mim
( Uma vez que eu desisti de seguir as minhas próprias já que elas são falidas e inexsistentes):

A de Platão, que devemos economizar felicidades. Deixar de ir a balada sexta a noite, para ficar estudando e no futuro ter uma alegria melhor que é passar na prova e ainda ter tempo para poder ir na balada. O que para mim é só prolongar alegrias instântaneas. Aliás, ele fala disso, que a felicidade é perecível, sabe, efêmera... tudo vai acabar mesmo. Isso inclui o meu Milk-Shake de Menta da Parmalat. Então, se vai terminar mesmo, toma tudo logo, o que são mais umas mil e quinhentas calorias? E isso inclui outra parada... Devíamos arriscar mais, afinal, o que temos de tãooo precioso a perder? Nada. E isso é podre ou o glorioso, não temos nada a perder. Talvez se não arriscarmos, vamos só perder mais uma vez uma boa oportunidade. Henrique Turdor quase pôs a perder todo o seu reino, honra, ouro é afins por um ideal teológico. Você acha que ele perdeu algum diamante da coroa?

A de Schopenhauer, que somos movidos totalmente pelos nossos desejos e sejam eles bons ou ruins, sempre ficamos justificando os através da razão. Não concordo muito. Eu sou movida 100% pela minha racionalidade. Tudo bem que ela é meio, digamos, precária. Mas se alguma vez eu tive uma atitude movida por desejo, com certeza foi tomar sorvete Häagen Dazs ou gastar 60 reais no América, ou comprar uma sombra nova na MAC.

Ou a De Freud: que na verdade, não conhecemos os nossos verdadeiros desejos, eles estão obscuros na alma, e graças a Deus não sabemos ler no nosso subconsciente. E acho que essa se aplica ao meu caso. Não que eu comer em excesso signifique que estou inconscientemente preenchendo um vazio. Eu estou consciente que preencho um vazio no meu estômago, antes que ele fure por causa do Ph ácido do suco gástrico. Mas acho que temos medo de nossos desejos e temos medo porque não acreditamos piamente neles e temos medo de que não aconteçam. Ou que aconteçam e daí não saberemos como lidar e aí, quando tivermos o que queremos finalmente, a vida perde toda graça. Deve ser chato e monótono ser sempre feliz e satisfeito. Como na Dinamarca ou Noruega onde a qualidade de vida é a melhor do mundo, não tem desemprego, favela, miséria, fome, violência e nem nada de ruim e subdesenvolvido, mas a maior taxa de suícidio é de lá. Deve ser porque não tem também Warner Channel e porque eu estou meio longe deles.


Conclusão?
Bom, no minímo, acho que eu deveria ser bem menos fundamentalista e ser mais hedonista. ( Um a zero para Schopenhauer!)
Talvez para mim, meus fundamentos sejam o meu prazer. Talvez não.
Acho ainda que eu devia dar um tempo dos meus personagens, minhas histórias e meus livros ecomeçar a escrever com suspiros, risos, lágrimas, exclamações, reticiências a minha história.





Depois que eu terminar de ler O Diário da Princesa 9.

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