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28 de nov. de 2008

Se Hitler tivesse vendido um quadro - parte 1

O que é capitalismo?

A visão de lucros, competividade, globalização?
Para mim, o capitalismo é o consumismo, a essência do sistema.

Após a Segunda Revolução Industrial, a Inglaterra, a potência daquela época, queria ampliar suas trocas comerciais, ou seja, queria tanto tomar um mercado consumidor mundial quanto maiores fornecedores de matérias-primas. Logo, defendendo seus interesses econômicos, ela defendeu a abolição da escravidão e a independência dos países da América Latina, inclusive do Brasil.
Com isso, os países recém independentes rapidamente tornaram-se subdesenvolvidos e um dos motivos foi essa dependência econômica que a Inglaterra controlava.

As décadas passaram, a belle époque acabou, a Rússia se pintou de vermelho e Hitler não vendeu nenhum quadro.
Em 1939 se deu início ao maior pesadelo da História, uma das manchas mais escuras da humanidade, a Segunda Guerra Mundial.
Não ocorreu uma simples bipolarização do globo como aconteceu na Guerra Fria.
O planeta não era formado por seres humanos, atmosfera, minérios, vulcões, pólos, mas por judeus, ingleses, nazistas, comunistas, soldados, enfermeiras, morte, medo, pedaços, poeira.
Com a "heróica" entrada hollywoodiana dos EUA, a Guerra foi decidida. Sim, os EUA salvaram o mundo do nazismo, mas trouxeram outro vilão autoritário: eles mesmos.

Os Eua (e/ou capitalismo) sempre lucraram com guerras e a primeira vez foi a Primeira Guerra Mundial, já que forneciam armamentos aos países aliados. Na Segunda Guerra não foi muito diferente. A única diferença foi que depois ao "ataque" a Pearl Harbor pelos japoneses, eles entraram na guerra para realmente lutar. E lembramos que aqui no Brasil foi praticamente igual.
Navios brasileiros foram "afundados" por alemães e mudamos de lado.

Com o fim da Guerra, um lado da Europa podia até ser o vencedor, contudo, como fora palco dos conflitos estava arrasada, destruída e não tinha um centavo para gastar em sua reconstrução. Foi outro momento que os Eua entraram como heróis mais uma vez através do Plano Marshall, no qual ajudavam financeiramente, até mesmo a Alemanha e assim, a Europa se reestabeleceu. Mas a hegemonia mudou-se de continente e permanece até hoje no norte da América.
Os Eua já deram inúmeros exemplos de seu absolutismo. O primeiro pode ser datado quando as bombas atômicas foram lançadas no Japão. É claramente o mais violento, sendo que até hoje em Hiroshima e Nagazaki morrem pessoas com câncer pelo efeito nuclear das bombas.
Outro exemplo é Hollywood. Os filmes produzidos na maior fábrica cinematográfica do planeta são as mensagens subliminares para a imposição da sociedade civilizada. E para os norte-americanos, como foi um dia para os romanos, a sociedade civilizada é aquela que possui a mesma cultura, os mesmo valores, desejos e sonhos. O resto é considerado bárbaro.

E cá estamos, totalmente americanizados, com uma identidade perdida... ainda.

Quantos filmes brasileiros você já viu?
Os seus preferidos são os blockbusters, cheios de efeitos especiais, com piadas que você não entende?

Você fala inglês?

Você tem Ipod?

Você come Doritos, hamburguer, Coca-Cola?

Você assiste Heroes, Desperate Housewives, Friends, CNN?

Você acha que isso tudo é realmente resultado da globalização?

Em cada um de nós, existe um americano, inegavelmente.
Na outra metade, pode até haver um revolucionário, mas ele é preguiçoso e facilmente vencido pelo consumismo.

Não adianta ser contra o sistema, ele já determinou nossa cultura.
Você vai largar sua vida atual e ir as ruas, exigir seus direitos, lutar contra ideologias falsas?
Uma guerra sem batalha.
Por que vamos lutar pela vida dos outros, enquanto mal conseguimos sobreviver a nossa própria realidade?

Nossos sonhos de um mundo melhor, mais igual, sem fome, sem miséria, mais justo, mais solidário, foram substituídos por BMWs, notebooks, viagens para o Havaí, condôminios fechados e seguros, iate particular, brincos da Tiffany.

Nós perdemos nossa identidade
Somos essa massa sem face
Indistinta sem sono
Em constantes lutas individuais.
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