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18 de jul. de 2008

Just that 13 years old girl

Hoje eu saí do aeroporto às 17h21 e cheguei em casa às 19h37 (normalmente faço o mesmo percurso e chego às 18h25). Trânsito, sim, pois o caos é iminente. Não contesto tal fato com tensões no fígado, pois eu estava absorta no meu mundo literário. Com isso, o status do meu Q.I hoje progrediu 57% (apenas 3% gastos em desejos de Mc'Donals. Bom).
De qualquer forma, talvez eu tenha deixado o saldo negativo, não sei. Fico pensando ainda em como ando nostálgica. Em como tanta coisa mudou em pouco tempo ou muito tempo - o que é pior.
Minha irmã não cabe mais no meu colo (fora, que ela é muito pesada) e agora que me dou conta que ela é apenas um bebê para mim. Nossa diferença de idade fica mais enfática agora, mas mesmo assim, eu sinto que ela é minha amiga e é muito bom ir ao shopping, cinema ou conversar com ela sobre diversos assuntos. Mas eu a olho de novo, e mesmo sendo mais sensata do que eu, é uma criança. E eu nunca olhei alguém assim, de uma forma que eu me sentisse tão distante, tão diferente dela. Ela é um exemplo da minha nostalgia.
Qual seria outro? A voz máscula do meu irmão que ainda é um menino, os cabelos brancos da minha mãe e a ausência do mesmo no meu pai? Não. Isto é crescer ou envelhecer, uma natureza imperceptível que merece minha indiferença.
Mas o psicológico, este que me traz melancolia...

Ainda não cheguei em casa e minha mãe não me ligou preocupada. Motivos? Trânsito ou eu fui me encontrar com meus amigos. Se ela me ligar, é um 'que horas que você vai chegar' e não um 'onde você tá/com quem/como/ por quê'. Meu pai é simplesmente notificado das minhas aventuras noturnas,não preciso implorar mais. Isso talvez se deva ao começo da minha independência. Mas isso não é uma conquista, é só assim que tem que ser da mesma forma que uma gravidez. O óvulo é fecundado, o feto se desenvolve e um dia ela vai ter que sair do útero, quando chegar a hora, ele vai sentir o frio do mundo lá fora, no momento que o cordão umbilical for cortado. Se ele continuasse lá dentro, quente, alimentado, protegido na cápsula do amor, morreria por motivos anatômicos.
É, é duro espichar horizontalmente nossas emoções. Mas é assim que tem que ser. Porque é assim que é. É assim.
Por mais que eu me olhe no espelho e veja agora uma quase-não-mais-adolescente, uma pré-adulta, acho que não sou e ainda mais, ouso dizer que não mereço ser. Não o quero ser. Me repugna com a idéia.
A adolescência que dizem tanto ser a transição mais complicada do ser humano, quando não sabemos quem somos ainda, temos as piores dúvidas, perguntas sem respostas e respostas que nem sabemos a qual pergunta responder, além de dilemas, crises existenciais, dores, desesperos, choros, gritos, histerias, escolhas difíceis, traumas, decepções, desapontamentos, desilusões, dissimulações, fracassos, derrotas, incertezas... para mim será sempre a melhor época, que não quero me despedir... Me agarro a ela como uma criança a uma boneca que não quer doar, como uma criança que se agarra ao escorregador, gritando, berrando, chorando, que não quer ir embora para casa mesmo que já esteja cansada de brincar.
Sim, não quero, mesmo que eu olhe para trás e veja o quão idiota eu fui.
Uma coisa que por mais que o tempo passe e flua, por mais que eu mude meus conceitos e fundamentos, jamais mudará.
Aquela menina de 13 anos, tola, inocente, ingênua, meiga, tem os mesmos sonhos que eu.
Sim, agora corrompida pela realidade ou alienação, madura ou imatura, tenho os mesmos sonhos. É onde me agarro para não me desprender do mundo que agora estou abandonando? É para continuar com vontade de viver e ter coragem de encarar a subsistência? Não, sim e não sei.
Aquela menina e eu habitamos duas pontes do horizonte tão distantes, tão interligados.
Ontem, ela era eu, hoje ela é uma parte de meu ser.

Concluindo e resumindo, eu ainda sou uma idiota. E tenho medo de ser adulta: um ser frio, calculista, infantil, ridículo, nojento. O monstro que estou me tornando.








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[Cadê o pó mágico? Tire-me do País das Maravilhas e leve-me para a Terra do Nunca.]
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2 comentários:

Anônimo disse...

Eri, as vezes vc me deixa sem palavras porque quando eu te leio é como se fosse a verbalização de coisas que eu sinto.
E as vezes como se eu já tivesse pensado nelas com outras palavras.

Vc me prometeu um blog e até hoje não fez.

Podíamos cruzar locs.
Ah sim, eu sou ridícula.

A fantasticamente de GI disse...

Bobssssssssssssssssssss

ENTRA NO MEUUU


www.afantasticamentedegi.blogspot.com.

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