Tem uma coisa que acho que nem meus melhores amigos ou os melhores psiquiatras entendem. Essa minha coisa de tanto amigo gay. Acho que só eu entendo.
Uns dizem que é para me esconder. E eu considerei a hipótese ao pensar que é lá onde eu sou eu, mas quer saber? Eu sou eu em qualquer lugar. E por mais que eu pense que sou a maior imbecil da face da Terra, considero isso como uma dádiva que ninguém tira de mim e nem eu se eu tentar revolucionar meu jeito (Hm, espera dádiva não de ser imbecil, de ser eu mesma... hm, espera dá no mesmo, esquece).
Está na minha essência. Não tem como eu mudar, é como se eu negasse minha existência. Se eu não soltasse umas piadas insanas e uns comentários impertinentes, teorias nerds ou fúteis, se eu não fosse tão aberta em contar detalhes dispensáveis das minhas idéias, se eu não fosse tão maluca ao ponto de alguém ficar em dúvida e pensar se eu já cheguei bêbada ou se eu ainda estou bêbada, se eu não tivesse essa personalidade difícil que sempre rebate um ponto contrário com argor e consistência, se eu não fosse extremamente comunicativa ao ponto de trocar uma idéia filosófica com mendigos ou céticos, se eu não fosse uma coisa que eu sou, eu já não seria eu. Todas minhas emoções, atitudes, qualidades, defeitos se interligam, se somam, se neutralizam e formam um conjunto complexo, que dão como resultado eu.
E sim, por mais que às vezes quando eu me olho no espelho e ache que estou tão gorda cheia de bochechas , me odeie naquele segundo que fiz merda ( ou seja, sempre), me odeie por ser tão simpática e tão anti-social, me odeie por ser tão bonita e tão feia, tão burra e tão inteligente, tão realista e tão sonhadora, tão fútil e tão filosófica, tão comum e anormal, tão paradoxa e antagônica, tão estúpida e tão polida, tão sensível e impassível, tão aberta, tão preconceituosa, tão tradicional e concencional, tão moderna, tão séria e sóbria, tão hilária e psicopata, tão... Érica.
O Extremo dos extremos. O sim e o não ao mesmo tempo. Ou vai ou racha, da forma mais indecisa e insegura possível.
Eu sou eu e nem estou nem aí e ao mesmo tempo fico me deparando com pensamentos dos pensamentos alheios.
Uma vez uma pessoa me disse: " Ah, Érica, você é tão bonita, só acho que esse seu jeito te estraga."
Um comentário imperceptível ao início, mas quando a gente começa andar pelas ruas e te olham como se você fosse uma mutação genética rarissíma, pensei que é comigo o problema. E é. Sabe por quê? Eu adooooro ser "estragada"!
Na escola, eu já passei tanto tempo com amigos que eram meus amigos por causa das minhas qualidades só, ser inteligente, linda, simpática e irresistivelmente sexy (Ah, tá, tudo bem, eu sou sexy só ultimamente.). E agora, eu tenho amigos por causa de defeitos e afins, das minha não-virtudes, mas acima de tudo, por ser eu e eu deixá-los serem quem quiser, travestis, gays, bi, tri, heptas, heteros, emo, pagodeiro (naquelas), sem personalidade, babacas ( a gente se identifica), cafetinas e prostitutos, findamentalistas e filosófos de metrô, certinhas e putinhas, crianças, irresponsáveis e afins. Minha amizade é a miscelânea de cores, culturas, estilos, idades ( sim, eu tenho uma amiga de 10 anos e uma de 54. Eu não to ligando... desde que eu seja o centro das atenções aaaaaaaaaaahahaha!)
Hm, aliás, um parênteses. Sabe o que eu acho? Que eu tenho tantos amigos assim, tão diversos entre si, me relaciono fácil com todos porque afinal de contas, eu sei conviver com a pessoa mais difícil de lidar do mundo: EU. Não parece, mas há uma combustão endotérmica dentro de mim, que temo, jamais vai explodir. Logo, tenho que conviver e sobreviver com meu eu. Há coisa pior no mundo do que você estar na presença constante de si mesmo? Nas horas que você se odeia, que brigou consigo mesmo? Ter que olhar no espelho e ver aquele rosto familar e cara feia toda santo dia? Te encarar sabendo que está se enganando? E o ainda não poder se abandonar já que não tem como eu me livrar de mim. Fica quase óbvio quando eu não gosto de alguém. É porque é parecido demais comigo. É dificil ver um reflexo mal feito e enxergar por fora tudo aquilo que você detesta em si mesmo. Logo, se eu consigo lidar comigo ( na metade do tempo, é muito bom ser eu, pode ficar com inveja hahha, afinal eu ainda sou foda), o resto é mole. Até Osama Bin Laden seria meu amigo, um mendigo bebum ou um cético hipócrita trocaria idéia comigo.
De todas as coisas mais importantes para mim, mais que meu rímel, mais que o Jude Law, mais que Londres (!), mais que meus livros, mais que Häagen Dazs de Vanilla com pedaços de brownie (hm-hm), é a amizade. Sem ela, eu jamais saberia quem eu sou. ( "Você não é auto-suficiente?!")
Isso inclui minha família lógico, sem amizade nenhum tipo de relacionamente resistiria e sucumbiria. (Ok, exceto o meu com o Jude Law que é extremamente carnal.)
E todos e isso tudo, esses são os pedaços de mim espalhados por aí, meus amigos, minha família, minhas palavras, minhas exlamações, minhas dúvidas, meus sonhos, meus micos, meus livros, meus cds, minhas libras, minha maquiagem, meu intelecto, meus braços gordos, minha pánceps, meus olhos, meu pâncreas, minhas artérias, minha alma...
Tudo isso constrói minha existência.
(!)
O blues brasileiro é maravilhoso (e você deveria ouvir)
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Que o Brasil é conhecido mundo afora pela MPB, Bossa Nova e Samba, todo
mundo sabe. Hoje em dia até nosso Funk já ganhou o mundo. Mas o que pouca
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Há 5 semanas