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11 de mai. de 2008

'Distância de uma plenitude inexistente'

Eu me sinto tão distante...
Distante daquele mundo hostil que acolhe só os desabrigados.

A distância que eu sinto nem é fisíca.
Mas eu sinto uma dor em mim, quase uma dor fisíca.
E isso quase me torna um ser humano normal.
A distância se encontra nas horas
Eu deixo de partilhar alguns minutos
e em instantes estou longe num lugar frio e impassível
A distância em uma palavra dita ou escrita me empurra para o fundo do mar
e me faz esquecer que posso até nadar contra a maré
A distância que há entre mim e meus amigos e aquele mundo e todo o resto
está onipresente, mas eu mal sinto qualquer presença.
Até a minha própria.
E a distância está em pensamentos errôneos, comentários sinceros demais, de não ou de sim, de respostas sem perguntas, de desculpas, de enganos...


A distância não é um kilometro ou a ausência de um sorriso,
ela é o esquecimento, a indiferença do que não mais importa.
Ela aumenta quando caminhamos pela estrada, pulamos para a próxima ponte e começamos uma nossa fase de nossa vida.
Como uma nova história.
Um livro usado cheirando a novo, personagens novos, final clichê.
Já haviamos encontrado o que precisamos e inotável e tolamente, nos desconectamos da nossa essência. Buscas não possuem resultados plausíveis, mas mesmo assim vamos procurar o nada, o vazio. E nisso perdemos o que havia nos encontrado.
E nos tornamos distantes de nós mesmos.


Jamais plenos. A plenitude é efêmera para os cegos humanos.

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